Não eram palavras. Não era o que foi dito.
Era o que se calou (ficou por dizer...).
Não era silencio. Era o que o vento contou.
Nao era som. Era o sussurro do mar.
Nao era serio. Era sincero. Brincadeira seria de amar.
Nao era caso. Era raro. Carinho de nuvens. Destino sem acasos.
Nao era o que nao se via. Eram os olhos que se procuravam o tempo todo.
Nao era o olhar que por vezes fugia. Era o que no peito crescia.
Nao era a fome. Era o que nela nunca morria.
Nao era arrepio. Era vontade da pele.
Nao era febre. Era o que neles ardia.
Nao era o que tentavam resistir. Era o que aceitavam sentir.
Não era a espera. Era o que sabiam existir.
Não era a falha. Era a falta.
Não era ausência. Era encontro.
Não eram frestas. Eram pétalas.
Não era história. Era memória do corpo.
Não era manso. Era pecado de anjos.
Não era fúria. Era afago de chuva.
Não era música. Era um despertar doce. Um adormecer em nuvens.
O silencio das palavras na melodia do vento.
Nao era apenas desejo. Era o beijo crescendo no corpo. O volume do gosto.
A vertigem do cheiro. Proposta de sol. Resposta de sonhos.
Promessa de caiu. Prece de estrelas.
Nao era o que aconteceu. Era o que neles nunca morreu.
O que permanece nele. O que fica nela.
Existe em um, vive no outro...
O mesmo pulsar, a mesma loucura, a mesma vontade,
a mesma saudade, nenhum adeus...
Desconheço o autor
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